sexta-feira, 5 de março de 2010

Uma visita inesperada

Estava eu indo para minha casa após mais um dia de trabalho, era sexta-feira e como de costume fui a um barzinho com os outros advogados e pessoal do escritório. Eu ia encontrar minha noiva, mas ela me ligou de última hora desmarcando, dizendo que estava numa cidadezinha vizinha pelo trabalho, e passaria a noite lá porque não tinha como voltar, achei estranho ela não ter comentado que iria pra lá, mas tudo bem, decidi ir pra casa descansar. Mas no caminho me bateu uma sensação de que eu estava sendo vigiado, sabe aquela sensação de que tem alguém te olhando, que está atrás de você te acompanhando, você olha e não vê nada nem ninguém? Era isso que eu estava sentindo, e reparei que essa sensação estava me acompanhando o dia todo, mas nem me preocupei, “É besteira de minha cabeça, cansada do trabalho da semana!” então liguei o rádio para distrair a cabeça e parar de pensar naquela sensação estranha. Mas a sensação não passa, e estranhamente meu CD parou de tocar, e mudou pra uma estação de rádio. Achei estranho, pois meu rádio não tinha problema nenhum, e o mais estranho era que o rádio estava noticiando coisas ocorridas há um ano. Então mudei a estação e em toda estação que parei, estava tocando músicas de mais ou menos um ano atrás também, parecia que meu rádio estava sintonizado com uma freqüência vida do passado, vinda do ano anterior. Deixei assim e fui curtindo, quando começa a tocar uma música mais animada, e sinto como se tivesse alguém se mexendo no banco de trás do carro, como se estivesse dançando, e vi um vulto pelo espelhinho do carro, me assustei, olhando pra trás, mas não vi nada. Não tinha ninguém ali, apenas eu e a música já bastante tocada, pois fez sucesso essa música entre os jovens. Mas o carro parecia balançar, continuava com aquela sensação de que tinha alguém ali. Logo cheguei em casa, morava sozinho em uma casa, consideravelmente grande e confortável. E pelos acontecimentos dessa noite, esse conforto seria útil para descansar. Então fui tomar um longo banho, e quando estou terminando ouço o rádio ligar na sala, me assustei, mas pensei que fosse minha noiva que conseguiu voltar e veio me fazer uma surpresa. Me enrolei na toalha e desci para vê-la, mas quando chego na sala não vejo ninguém ali, e aquela mesma sensação de que tinha alguém ali, se mexendo, como se estivesse dançando com a música. Procurei a casa inteira, chamei e ninguém respondeu, então desliguei o rádio, pensando que pudesse ser alguma função que eu tinha ativado se saber. Mas assim que o desliguei, ouvi uma batida na mesa atrás de mim, como se alguém tivesse dado um soco na mesa, e um belo soco, o barulho foi alto e forte, um soco de raiva. Virei-me assustado, mas não tinha nada nem ninguém ali, eu estava sozinho na casa.“Pronto, estou tendo alucinações agora, preciso mesmo descansar.” Então subi pro quarto e fui dormir. Mas alguns minutos após eu ter deitado, escutei uns barulhos como se estivessem arrastando alguma coisa pelo corredor de casa, que levava ao quarto, me assustei e fui olha o que era, encostei o ouvido na porta, e sentia que, o que quer que seja, estava se aproximando do quarto, mas o barulho parou ao chegar próximo à porta. Quando desencostei o ouvido da porta para abri-la, ouvi uma batida enorme na porta, quase arrancando-a do lugar, quase cai sentado com o susto, já estava pensando em ligar pra polícia, deveria ter alguém na casa, e foi quando comecei a ouvir gritos abafados e gemidos na sala, abri a porta lentamente pra ver o que acontecia, mas não vi nada, e o barulho persistia, gemidos de dor, gritinhos abafados de sofrimento. Entrei pro quarto e me deitei, “Isso é alucinação, eu estou muito cansado, é isso, vou dormir e tudo passará”. Mas esses barulhos continuaram por horas, quando pararam, mas a pausa durou apenas alguns minutos, logo ouvi novamente o barulho de arrastar, mas logo depois ouvi um grito aterrador, um grito de dor, ódio e angústia, tudo misturado, um que me fez arrepiar da cabeça aos pés, e nesse momento olhei para o relógio, eram 2h da manhã, e junto com o grito, comecei a sentir um cheiro horrível de algo queimando, parecia carne queimando, mas não era bife ou carne de churrasco, era um cheiro horrível de sebo, de carne, de cabelo, tudo misturado, um odor que me causou ânsia de vomito. Os barulhos logo pararam, mas o odor permaneceu na casa a noite toda, mal dormi, apenas cochilava e logo acordava assustado. Pela manhã me levantei, estava tudo calmo, nenhum barulho na casa, nenhum odor estranho nada, tomei um banho e fui tomar café, foi quando minha noiva me ligou reclamando que eu não tinha ido encontrá-la, ela disse que não tinha me ligado coisa nenhuma, e que na verdade tentou me ligar a noite toda, mas eu não atendia. Achei estranho e disse que passaria na casa dela a tarde. Então algo no jornal quase me faz cair de costas, fiquei parado olhando a notícia que dizia. “Hoje faz um ano da morte de Juliana, um crime bárbaro, onde essa jovem foi arrastada pelos cabelos em um canavial, violentada e jogada pra ser queimada viva, ao que se sabe, foi exatamente as 2h da manhã quando ela foi jogada no fogo que queimava a cana para a colheita no dia seguinte, e apesar de machucada ela estava viva e consciente. E seus assassinos conseguiram pena mínima, pois seu advogado havia conseguido desmerecer os testemunhos dos cortadores de cana que testemunharam e tentaram salvar a garota do fogo.”Esse advogado era eu.
Texto de Cacau’s Weblog.

15 comentários:

Unknown disse...

OMG!Se fosse eu teria ligado imediatamente pro scooby doo ktaspoks

LAURA SOARES 2anoB

Unknown disse...

Meu Deus... isso que aconteceu no meu ponto de vista é que ele ficou muito mal ter defendido esse criminoso... Mas é muito assustador

Daniele Tavares 2°ano B

Tânia Rocha disse...

Nossa isso é terrivel e assustador, e acho q o advogado vai ficar com a consciência pesada pelo resto da vida dele!
Tânia Rocha
2°anoC

samara disse...

as vezes nossos desumanos atos nos trazem aterrorizantes concequencias,e para evitar os mesmos devemos agir sempre de maneira correta.

samara disse...

as vezes nossos desumanos atos nos trazem aterrorizantes concequencias,e para evitar os mesmos devemos agir sempre de maneira correta.
samara moreira 3°ANO A.

Unknown disse...

muito assustador defender um criminoso mas ela ira arcar com as consequencias eduardo freitas 2anoB

Vivianne de Paula disse...

Nossa! essa historia foi incrivel. Acredito nessas coisas, ja passei varias vezes por situacoes semelhantes, e na verdade isso nao e nada bom.

Colegio Executivo
2 ano C

sarah disse...

Credo ;O
as vezes querendo ser justos com uns , somos injustos com outros ):
ele defendeu seu cliente , mas foi injusto com a tal moça que morreu ;/

(sarah neves 9º ano C )

airam mendes do 9 ano B DO EXECUTIVO disse...

UMA VISTA ENTEREÇANTE E ALGUM QUE VOCÊ NUNCA IMAGINAVA QUE ERA DAQUELE GEITO ,VOCÊ PENÇA EM UMA COISA E CHEGA LA E OUTRA.

Anônimo disse...

simplesmente perfeito, me comoveu ao extremo, profesor você é meu ideal de perfeição.
Yasmin André 9ºano B

Anônimo disse...

Simplismente incrivel essa historia. Somos muitos injustos!

KAMILA N. SOUSA 3ºA

INGRID 9º C disse...

pROFESSOR, SINCERAMENTE, SEUS TEXTOS, CONTOS... SÃO TODOS ÓTIMAS ESCOLHAS. LINDO ESTE, INTERESSANTE DE SE LER

INGRID 9º C

Anônimo disse...

Incrivel é muito bom ler esses textos....Adriana 3°A

Unknown disse...

legal muito interessante bom pra ler
ótimo

Anônimo disse...

quem diria heim...
mas nao se pode julgar a todos oa advogados agora...mas esse vai se lembrar a vida inteira.